Tenho notado, ao longo dos anos que dou
aula e consultoria, a dificuldade que determinadas pessoas que se dizem
empreendedoras têm em formular perguntas – sentem vergonha!
Um empreendedor não pode ter vergonha
de perguntar, pois o ato de perguntar é o que nos faz humanos. Nascemos
perguntando, só conseguimos aprender perguntando e isso é o que nos difere no
mundo - os animais, as pedras e as plantas, não perguntam.
Como diz Urbano Zilles em seu livro a
Teoria do Conhecimento: “O homem nascido como perguntante, cria e recria seu mundo produzindo a cultura”.
O que nos leva a perguntar? Ao longo da
nossa vida vamos adquirindo um certo conhecimento superficial das coisas, o que
poderíamos chamar de um pré-saber. Isto nos desperta a curiosidade e a
necessidade de um aprofundamento para sabermos mais, ou seja, só conseguimos
perguntar por aquilo que já tivemos a oportunidade de ter um pré-conhecimento,
um pré-saber.
Se você quer ser uma pessoa
empreendedora, tem que adquirir uma visão ampla sobre todas as coisas que o
rodeia, para poder formular novas perguntas e desta forma ir se aprofundando e
aumentando a sua cultura naqueles temas de seu interesse.
Uma pessoa que não tem um pré-saber,
não é capaz de fazer boas perguntas, caindo em uma retórica vazia e sem
objetivo. O diálogo com pessoas sem cultura é vazio e sem fundamento.
O
empreendedor tem que buscar o conhecimento de forma séria e profunda. Como diz
Marañón: “a verdadeira cultura se caracteriza pelo aprofundamento da
ignorância. O homem culto não é o que resolve ou que acredita resolver todos os
problemas, mas aquele que ao aprofundar nos problemas, vê ampliar-se até o
infinito os mistérios que ocultam”.
Vorneis de Lucia
Presidente do Instituto Pro Humanitas
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