segunda-feira, 28 de abril de 2014

HOMEM CREMATÍCIO

Dinheiro é importante, podemos comprar tudo: casa, comida e segurança. Podemos fazer o bem e o mal para as pessoas. Com o dinheiro podemos comprar a amizade, influência política, nobreza e beleza. Posso até ser aquilo que não sou. Como é bom o dinheiro!

O dinheiro é o mediador de todas as relações econômicas, mas como mediador, ele deve ser visto como o meio e não o fim. Como destruímos a índole humana ao inverter estes valores!

Dizem que o mundo está perdido, que as pessoas estão invertendo os valores. Esta falha humana não vem de hoje. Aristóteles, 350 anos antes de Cristo, já levantava esta questão, fazendo uma distinção entre “economia” e “crematística”.

Aristóteles destaca que os que concebem a economia como crematística têm um conceito de riqueza próprio e específico: “consideram a riqueza como abundância de dinheiro”, e não como uma posição dos bens materiais, a qual torna possível o bem estar e uma vida boa. Para o “crematístico”, ser rico significa ser economicamente poderoso, isto é, dispor de todo o dinheiro que alguém deseje. Para o “econômico”, ser rico significa ter muitos bens, e desfrutar do bem-estar necessário para levar uma vida boa. No primeiro caso, o desejo de dinheiro não tem limite, posto que constitui o fim, e o que se busca é precisamente seu incremento, e este incremento pode ser infinito.

O homem não pode ser valorizado pelo saldo de sua conta bancária, mas pelo saldo de valores humanos adquiridos.

Empreendedor, cuidado para não se tornar um “homo crematiscticus”.

Vorneis de Lucia
Presidente do Instituto Pro Humanitas


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