Você
deve ter notado que ao falar com os seus colaboradores e mesmo com os seus
clientes, ocorrem reações diferentes diante do mesmo assunto. Determinadas
pessoas se mostram mais sensíveis e se ofendem por pouca coisa, enquanto que
outras pessoas não têm a mesma reação. Como responsável pela empresa, fica
difícil dialogar com as pessoas, encontrando reações diferentes diante do mesmo
fato.
Para
conhecer melhor os nossos subordinados e os clientes, ou seja, as pessoas que
nos rodeiam, não precisamos ser psicólogos. Temos que aprender a perceber
traços mais salientes da pessoa, do seu modo habitual de ser, de reagir, de
situar-se em face dos acontecimentos. São coisas que estão ao alcance de
qualquer profissional. Trata-se de observar as características baseadas no
senso comum.
Este
tipo de observação tem um nome difícil: caracterologia.
Mas não nos deixemos impressionar; trata-se apenas de conhecimentos práticos
que podem oferecer a moldura externa e a consciência de que cada comportamento tem
um significado próprio.
Muitos
empreendedores julgam as pessoas e cometem um erro primário, colocando um
“selo” na pessoa, não admitindo que este tipo de caráter possa ser reeducado.
O
caráter compõe-se de elementos inatos e de elementos adquiridos. Os primeiros
estão ligados ao organismo e não são suscetíveis de uma modificação total; são
a constituição física, o temperamento e a inteligência (esta última nas suas
várias formas: concreta, abstrata, lógica e imaginativa).
O
empreendedor tem que perceber que as pessoas são diferentes, possuem tipos
caracterológicos diferentes e, portanto, devem receber tratamento diferenciado.
Costumo dizer aos meus clientes que tenho quatro filhos e dou a mesma educação
aos quatro, mas de quatro formas diferentes, respeitando a forma de ser de cada
um, e procurando formar melhor o seu caráter. Isto é o que nós devemos fazer
com os nossos colaboradores.
Este
tratamento diferenciado também deve ocorrer com os nossos clientes. Temos que
tomar cuidado com o que falamos, e como falamos. Alguns dos nossos clientes
prestarão mais atenção ao texto, outros ao contexto.
Vorneis de Lucia
Presidente
do Instituto Pro Humanitas
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