domingo, 27 de abril de 2014

NAVIO DO MORTO

É triste ver um empreendimento morrer. Mas uma coisa é certa, o empreendedor morreu antes. E a empresa, como um barco fantasma, fica à deriva no mar.

Ver um homem sem espírito de liderança me vem à memória uma passagem do livro de Gustavo Corção – Lições de Abismo:

Venham, venham ver o brigue famoso
com mastros de cera e bandeiras de fogo!
O navio ancorou. Ei-lo no porto.
De longes terras volveu. Em largos mares partiu.

Por ventos doidos dançou.
Vejam!
A Eça funerária é um navio...
Mas tem âncoras demais, salva-vidas demais,
E o único tripulante chega morto!

Empreendedor, a empresa é como um navio. Os primeiros a morrer: o capitão e a tripulação. O que mais encontro são zumbis, mortos vivos, fazendo da empresa o seu próprio caixão. Querem um marceneiro para consertar o caixão? Não! Quem precisa de ajuda são as pessoas.

É nestes momentos difíceis que o empreendedor, mais vivo que os demais, mostra a sua capacidade: lidera, orienta, motiva, vê oportunidades, define novos rumos e sem medo lança o navio mar adentro.

Vorneis de Lucia
Presidente do Instituto Pro Humanitas


Nenhum comentário:

Postar um comentário