segunda-feira, 28 de abril de 2014

ENSINAR A IMITAR

É interessante ver o desgaste de alguns empreendedores quando não conseguem fazer com que os seus colaboradores executem aquilo que eles desejam. Perguntam-se: “Se eu faço, por que eles não fazem?”.

Costumo orientar para que o líder desenvolva no subordinado a capacidade de imitar as coisas boas. Mas nem sempre o conceito “imitar” é bem vindo, as pessoas acham que “imitar” é errado.

Por que não gostamos de imitar? O filho imita o pai, a filha imita a mãe. Michelangelo, quando jovem, ficava tão extasiado diante das esculturas clássicas gregas que aprendeu a imitá-las com perfeição. Nelson Rodrigues confessa em suas memórias ter plagiado uma frase do poeta Raimundo Correia, e que este mesmo poeta tinha plagiado Théophile Gautier.

Como diz o velho adágio: “Neste mundo nada se cria, tudo se copia”.

Podemos e devemos servir de modelos e lembrar que da mesma forma que vão aprender a copiar a nossa ordem, também aprenderão a copiar a nossa desordem.

Onde fica a nossa liberdade quando decidimos copiar a outra pessoa? Somos livres no momento da decisão, e ao decidirmos, a ação passa a ser de nossa responsabilidade. O processo de ensinar começa por observar e imitar o que o outro vem fazendo.

Já que existe a possibilidade e a liberdade de imitar, que imitemos pessoas superiores a nós, ou seja, em virtudes, qualidades e competência profissional.

Não tenhamos uma vaidade pseudoinfantil em achar que temos a obrigação de introduzir novidades geniais em tudo o que fazemos. Não partimos unicamente de nós mesmos, temos que aprender a valorizar o conhecimento e contribuições alheias.

Vorneis de Lucia
Presidente do Instituto Pro Humanitas


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