segunda-feira, 28 de abril de 2014

ÉTICA FAMILIAR

É comum encontrarmos nas empresas familiares, pessoas da família ocupando cargos de direção.

Alguns empreendedores, levados pelo sentimentalismo, dão mais ênfase na escolha de pessoas com base na confiança, mesmo que a competência não venha a ser adequada para ocuparem postos-chave na empresa. Esta ausência de competência para a função, a médio prazo costuma trazer sérios problemas para a empresa. Como agravante, existe o fato da pessoa fazer parte da família, onde o empreendedor se vê de mãos atadas para poder tomar ações mais rígidas para com esta pessoa.

Para resolver este tipo de conflito, existe a “ética familiar”. O empreendedor precisa conhecer e fazer conhecer esta ética, para que as suas ações sejam compreendidas por toda a família.

Quando um empreendedor decide fundar uma empresa, ele coloca neste empreendimento todo um sonho, o seu amor, a sua vida. É frustrante, perceber que um trabalho de toda uma vida se esvai por causa de conflitos entre filhos, genros e noras.

É fácil observar a opulência dos filhos dos empreendedores, onde esbanjam recursos que seus pais nunca tiveram, e que apesar de não concordarem, não sabem como impedir e reeducar o comportamento da segunda geração. E o adágio é bem claro: Pai Rico – Filho Nobre – Neto Pobre.

Um empreendimento motivado somente pelo dinheiro gera uma ganância cega por parte dos familiares, onde os valores do fundador se perdem na disputa pelo poder. O fundador tem como desafio, desenvolver uma ideologia estável e coerente para a família navegar entre as dificuldades durante a segunda geração. Empresas familiares que chegam à quarta geração costumam ter valores religiosos muito fortes. Estes valores estão presentes nos familiares, na sua forma de relacionamento com as pessoas e com o dinheiro, onde a tradição cria a base para se adaptar a novas idéias. Acreditar que o tempo fará com que as coisas se resolvam por conta própria é pura ilusão.

Maquiavel era um realista ao dizer que nossos interesses têm raízes mais profundas do que nossas convicções.

Vorneis de Lucia
Presidente do Instituto Pro Humanitas


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