segunda-feira, 28 de abril de 2014

ÉTICA

Vou fazer a você duas perguntas bastante delicadas: “Você se considera uma pessoa ética?”, “Seus colaboradores são éticos?”

Este tipo de pergunta é bastante instigante, e nos leva a pensar que o fato de nunca termos roubado ou enganado alguém, isto nos torna bastante éticos. Outro ponto que nos leva a pensar que somos éticos está nas regras que costumamos seguir e que denominamos como padrões éticos a serem seguidos.

Quando contratamos alguém, a primeira coisa que definimos são os padrões de comportamento que o novo integrante da equipe deve seguir para se manter ético diante dos colegas e dos clientes.

Começamos com as frases: “Aqui não pode isso.”, “Aqui não é permitido aquilo”. E vamos desenvolvendo uma série de “não pode” e “o que pode”, como se quiséssemos nos assegurar que o novo integrante não venha a cometer erros que firam os valores éticos da empresa.

Será que esta lista formal ou informal de regras a serem seguidas, efetivamente define um comportamento ético? Cometemos o erro de julgar o comportamento das pessoas por suas conseqüências. Olhamos o que o outro faz e pelo que faz medimos o seu valor ético. Aqui está o grande erro de julgamento.

Vamos colocar um exemplo para ilustrar melhor a essência de um comportamento ético: Quando ajudo alguém, a conseqüência deste meu ato é bom, pois alguém foi ajudado, entretanto, a intenção que me levou a ajudar esta pessoa é o que define o meu comportamento, se é ético ou não ético. Se ajudo por interesse, exemplo de um político que dá uma cesta básica para comprar um voto, isto é claramente uma ação não ética, apesar da ação ser boa, a intenção é má.

Se a pessoa não se corrompeu por falta de oportunidade ou por medo da lei, esta pessoa não é ética, apesar de não ter feito nada de errado ainda, pois o que conta é a intenção, esta pessoa tem a intenção de cometer um ato errado, o que lhe falta é a oportunidade.

Mas a intenção não basta. Se decido roubar para pagar a faculdade do meu filho, estou movido por uma boa intenção, mas o ato de roubar não é ético, portanto, para julgar um comportamento ético ou não ético, temos que levar em consideração o ato e a intenção, e para medir o agravamento, temos que levar em consideração a circunstância.

Você não quer ter problemas com os seus colaboradores, então não crie regras, contribua para que eles adquiram virtudes, e ganhem valores morais, e desta forma agirão em de acordo com uma consciência bem formada.

Vorneis de Lucia
Presidente do Instituto Pro Humanitas


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